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A difícil arte de dizer “ADEUS”! – Paulo de Tarso

Comunidade Luz

       Recentemente, escrevi um artigo fazendo uma justíssima homenagem ao padre Jonas, fundador da Comunidade Canção Nova, falecido no último dia 12, aos 85 anos de idade. Para mim, um homem santo! Grande e fecundo testemunho de vida.

Hoje quero, novamente, homenagear dois irmãos muito queridos que partiram juntos, mesmo dia, e que deixaram marcas indeléveis em minha caminhada de cristão. Penso também que essas marcas são sinais para uma realidade ainda maior.

No último dia do ano, quando nos despedimos de 2022, recebemos a triste notícia do falecimento do Papa emérito Bento XVI, e do padre Carlos Wilsen. Ambos teólogos de grande envergadura. Não dá para colocar em poucas linhas o tamanho do legado que estes dois consagrados deixaram para nós, Igreja Católica, diocese de Coroatá.

Ambos, apaixonados pela Igreja de Jesus Cristo, profundos conhecedores da mística cristã, amigos íntimos da vida contemplativa, apaixonados pela liturgia. Em suma, vidas ofertadas para o Reino de Deus.

Conheci os dois de formas diferentes. O papa, claro, de longe! Mas sempre apreciei muito suas homilias, seus livros, as catequeses dadas na praça São Pedro nas quartas feiras. Li sua biografia com grande comoção. Eu consegui entender o apostolado do Papa Bento, me senti mais Igreja, mais perto de Jesus com seu apostolado. Foi uma graça!

      Padre Carlos me ensinou o valor da oração. Quantas vezes o encontrei na capela de sua casa, em silêncio diante da cruz, em oração. Nos encontrávamos às cinco da manhã para rezar as laudes, e à tarde rezávamos o Ofício das Horas antes da santa eucaristia.

Aprendi com padre Carlos a ter grande amor e zelo pela liturgia. São inesquecíveis as vigílias pascais, o canto solene do Exsultate, entoado com emoção com sua voz miúda mas afinada. Aprendi muito sobre exegese e recebi sua confiança para ser formador de Sagradas Escrituras.

Em meu último encontro com padre Carlos, em sua casa no sítio, tivemos uma alegre conversa. Pedi a ele para escrever suas memórias e impressões sobre a Igreja, liturgia – Padre Carlos era mestre em Liturgia, fez até uma publicação -, e vida cristã. Acho tão triste uma pessoa ter um legado tão grande e levar consigo quando morre.

Com eles aprendi também a compreender as limitações da vida, as dificuldades da convivência, que foram sempre superadas pelo primado da amizade e respeito. Não foram poucas as contradições e polêmicas. Mas prefiro ficar com o que foi bom.

Ah, como aprendi com esses dois homens! Hoje, com coração apertado pela dura realidade da despedida, ergo aos céus meu sincero louvor por suas vidas, por poder ter tido a oportunidade de conviver e acompanhar esses belos frutos do Reino.      

 Deus abençoe para sempre a memória de padre Carlos e do Papa Bento.

Muito obrigado queridos amigos e irmãos de caminhada.

 

Paulo de Tarso  

                                                                                                                                                   Fundador

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