Na Oração do PAI-NOSSO, oração que nos foi ensinada por Jesus (Mt 6,9-12), o Senhor nos ensina a pedir perdão das nossas ofensas, na condição de, também, termos perdoados aqueles que nos ofenderam.
O perdão, assim como o amor, é via de mão dupla. O gesto de perdoar, parte do coração, onde tudo acontece. (v.14)
A condição de recebermos o perdão de Deus pelas ofensas que fazemos ao irmão, está na mesma proporção do perdão dado ao outro. (v.15) “Se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”.
O Catecismo da Igreja Católica, refererindo-se a parábola do servo desumano (Mt 18,35), termina com esta palavra: “Eis como meu Pai Celeste agirá convosco, se cada um de vós, não perdoar, de coração, ao seu irmão” . “É no fundo coração que tudo se faz e se desfaz. Não está em nosso poder, não mais sentir e esquecer a ofensa, mas o coração que se entrega ao Espírito Santo, transforma a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão”. (2843-CIC)
O perdão é condição fundamental da Reconciliação dos filhos de Deus com o Pai e dos homens entre si.(2844-CIC).
Somos sempre devedores: “Não deveis nada a ninguém, a não ser o amor mútuo” (Rm 13,8) (2845-CIC)
Deus não aceita o sacrifício dos que fomentam a desunião, Ele ordena que se afastem do altar, para primeiro se reconciliarem com seus irmãos (Mt 5,23)
O momento culminante do Perdão de Jesus, tem lugar na Cruz, quando eleva sua Oração ao Pai, por aqueles que O estão martirizando. “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23,34)
Por maior que seja o prejuízo da ofensa que te fazem, mais tem Deus perdoado a ti. É preciso perdoar sempre. “70×7” (Mt 18,21)
João Paulo II, enquanto Papa, sacudiu a humanidade inteira quando, depois do atentado de 13 de maio de 1981, após ter saído do hospital, visitou o seu agressor Ali Agca e o abraçou, tendo comentado depois:
“Falei-lhe como se fala a um irmão que goza a minha confiança e a quem perdoei.”
Antes de eu fazer a experiência de perdão, sofria de uma doença, que só conhecia seus efeitos, não a causa.
Tinha duas gastrites, uma no duodeno e outra no estômago. Chorava várias vezes ao dia. Estava mergulhada em uma Depressão. Mas a bondade do Senhor me alcançou, quando O busquei.
Por indicação de um colega de trabalho, fui ao Grupo de Oração da Comunidade Bom Pastor; a Igreja estava lotada e ao entrar, senti-me como se fosse a única pessoa naquele momento. Ouvi então a voz da Dirigente daquele Grupo de Oração que dizia ao microfone:
“Você precisa perdoar!” Percebi imediatamente, que aquele era o meu diagnóstico e o remédio para a minha enfermidade. E eu disse silenciosamente, de todo o coração:
“Eu quero, Senhor!”
Esse querer, ato da minha vontade profunda de ficar boa, clareou a minha mente e o meu coração, a quem eu deveria perdoar e foi a chave para a abertura e cura do meu coração.
Não basta “querer sòzinhos”, mas querer em Deus! Buscando-O!
“Sem mim, nada podeis fazer” nos diz Jesus. (Jo 15,8)
Jesus, na Cruz, pronunciou também esta palavra: “Está tudo consumado!”
Ele fez tudo! Nos deu tudo! Disse tudo! Está conosco e nos quer com Ele eternamente!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!
Como era no princípio, agora e sempre! Amém!
Por: Elisabete Rodrigues Teixeira